De olho no segmento abaixo do Golf, a Volkswagen apresentou no Salão de Genebra do ano passado o Polo GTI. A versão esportiva da quinta geração do hatch surgiu graças ao crescimento do Golf na passagem da quarta para a quinta geração, fato que deixou aqueles que procuravam um hatch esportivo pequeno e mais barato sem opção dentro da marca. O Polo “nervoso” trouxe então um conjunto de ingredientes que não era visto há tempos na Volkswagen. À imagem e semelhança do clássico Golf GTI e ainda com um poderoso motor sob o capô, o Polo tem credenciais para conquistar um público mais jovem. O preço é que não ajuda muito. A Volkswagen pede 23 mil euros – R$ 52.500 – pelo modelo já equipado com um impressionante câmbio de sete velocidades, com dupla embreagem e borboletas para trocas no volante.
O aspecto geral do Polo GTI é sóbrio, mas com uma agressividade latente. Efeito evidenciado pelas rodas de 17 polegadas através das quais é possível ver as pinças de freio pintadas de vermelho. Ao rebaixar o carro em 15 mm em relação às versões “comuns”, a Volkswagen também reforçou a vocação do GTI para andar mais forte, assim como pela calibração diferente da suspensão. O motor é fruto do “downsizing” – motores menores e mais eficientes – com um turbo e um compressor para tirar 180 cv do 1.4 litro com mais economia e menos emissões de poluentes que o Polo anterior, que também tinha 180 cv, porém extraídos do antigo propulsor 1.8 litro sobrealimentado. Apesar de pequeno, o bloco 1.4 produz bons 25,4 kgfm de torque constante entre 2 mil e 4.500 rpm. O consumo médio encosta nos 17 km/l, conforme divulgado pela marca, bom número ao se considerar que o carro é capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 6,9 segundos e chegar aos 229 km/h.
Por dentro, o modelo não nega suas origens e apresenta um interior com linhas simples e funcionais. Os materiais inspiram qualidade e durabilidade, como é típico nos carros alemães. O volante revestido em couro e com a base achatada reforça a esportividade, assim como as costuras dos bancos em vermelho e as pedaleiras esportivas. Os bancos são sempre em tecido com a clássica padronagem quadriculada, marco dos GTI desde o primeiro Golf da década de 70. O pacote de equipamentos é dos mais completos, com ar-condicionado, direção eletro-hidráulica, seis airbags, controle de estabilidade – que não pode ser totalmente desligado – e diferencial eletrônico, que simula um diferencial autoblocante através dos sensores do ABS para melhorar a tração nas curvas.
O Polo compartilha plataforma com o Skoda Fabia e o Seat Ibiza, que também oferecem versões esportivas com o mesmo conjunto do modelo da Volkswagen, mas a um preço consideravelmente menor. A marca alemã joga, entretanto, com a tradição da sigla GTI para fisgar quem procura um esportivo pequeno, leve e com boa potência. Na Europa, além do Skoda e do Seat, o carro disputará mercado com as futuras versões esportivas do Ford Fiesta, o Renault SportClio 200 e o Opel Corsa OPC. A geração anterior do Polo GTI teve algumas unidades vendidas no Brasil entre 2006 e 2007 em uma série limitada a 100 carros equipados com a primeira versão do motor 1.8T de 150 cv. A nova geração do Polo ainda não tem data para chegar ao Brasil, tampouco o esportivo.
Primeiras Impressões: suave desejo
Por Luís Guilherme do Automotor/Portugal Exclusivo Para Auto Press
Os mais exigentes irão lamentar a impossibilidade de desligar por completo o ESP. Mas, graças ao sistema XDS, que usa os sensores do ABS para obter um efeito de diferencial autoblocante, o Polo GTI contorna curvas em velocidades altas, antes da intervenção do controle de estabilidade. E se a emoção aumenta, é porque está longe de ser ruim. Basta uma redução de marcha com a borboleta do lado esquerdo do volante para se ouvir uma aceleração prévia, que leva o motorista para o mundo das pistas, nem que sejam as de videogame.
O GTI exibe uma aderência elevada, o que dá confiança e segurança para pisar mais cedo no pedal do acelerador em saídas de curvas. Nas mais fechadas, o eixo traseiro colabora bem para o Polo poder sair em plena aceleração, mas nada disso seria possível sem o bom sistema de freios, que também não apresentam sinais de fadiga mesmo após uso intenso. O carro é muito ágil em estradas sinuosas e demonstra boa estabilidade em alta velocidade. É verdade que o consumo sobe muito quando se pretende andar rápido. Mas se isso é um item muito importante para o comprador, então é melhor nem experimentá-lo.
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